6 de nov. de 2006

pra quem torce o celso pitta?

Eis o que descobri.

fonte - mesa de botequim, agosto de 2005

based on a true history

O cara chegou de um estado distante de São Paulo. Viajou horas seguidas de ônibus só para ver a a final do Campeonato Brasileiro entre Corinthians e Cruzeiro, no final dos anos 90. O jogo estava marcado inicialmente para às 16h, mas por imposição do prefeito Celso Pitta, foi transferido de última hora para às 21h30.

Sozinho na capital no início da tarde e sem ter o que fazer até a hora do jogo, ele resolveu telefonar para uma amiga que conhecia apenas pela Internet. Isso bem antes da banda larga, das fotos digitais, do messenger e outros artefatos que mostram exatamente quem está do outro lado. Era um encontro às escuras, literalmente.
Para a sorte do rapaz, a moça era atraente. Não só isso, ela ainda gostou muito dele. Não tardou muito, e os dois estavam em um quarto de hotel desfrutando dos pecados da carne.

Terminada a segunda sessão carnal, ele resolveu ligar a TV para relaxar. A noite caía em São Paulo. E as coisas iam muito bem naquele quarto. Estavam dando início ao terceiro round. Ela ia para cima dele, com ares de "quero mais". E ele desfrutava de sua condição de macho desejado ardentemente. Isso até a Globo fazer uma chamada diretamente do estádio do Morumbi.

Cléber Machado dava as primeiras notícias sobre o jogo, falava do público que já enchia as arquibancadas, das emoções. E os olhos dele ficaram arregalados. E ela beijava-lhe o corpo, cheia de amor para dar. Ela ardia em brasa quando...

- Preciso ir para o jogo.- Quê?- Desculpe. Mas eu vim aqui pra isso. Não posso perder essa final.

- Mas... e eu?

- Depois do jogo eu volto aqui e a gente continua.

- Seu cafajeste! Seu filho da puta! Você me usou!

- Me responda uma coisa: você gozou?

- Sim, mas...

- Então acabou a história aqui, minha filha. Com licença, eu vou pro jogo.

Largou tudo o que estava fazendo, pegou sua camisa do Corinthians, sua bandeira, e foi lá ver seu time ser campeão.


Dúvidas já previstas dos leitores deste blog, respondidas pela editora:

1) Seria esta uma história sua, e agora você conta como se fosse outra pessoa?

Não. Ouvi essa história na sexta-feira de um cara que mora longe. Tive que me conter para não enfiar a mão na cara dele. Final de campeonato é sagrado, ele não tinha nada que ir para hotel com nenhuma sirigaita.

2) Se fosse com você, o que faria?

Bem, eu não iria para um quarto de hotel* no mesmo dia em que conheci um cara na Internet. Mas supondo que ele fosse o Brad Pitt, o Joshua Jackson ou o Mister Big, eu iria com ele para o estádio após os rituais de acasalamento, e depois celebraria o título em alto estilo por uns dez dias seguidos. Já emendaria Natal e Ano Novo.

Mas falando sério, se um cara desse uma mancada dessas comigo, eu acharia legal que ele comemorasse bastante o troféu do campeonato, porque nenhum milagre da cirurgia conseguiria reimplantar o pipi dele, depois do que eu faria com o tal, utilizando-me de gasolina e fósforo.*

3) O que você disse para o cara que te contou essa história?

Nada.

4) O que você fazia enquanto ele narrava tal conto?

Enchia a cara de vinho e pensava em duas coisas: que ele poderia estar mentindo para se valorizar, e que é muito melhor ficar na roça do que passar por isso.

5) Ele era seu date*?

Não, nunca foi. Ele era um amigo do amigo que eu encontrei numa reuniãozinha na casa da minha amiga.

6) E o que você achou da história?

Ridícula. Mas não posso ser injusta. Tem mulher que pede pra ser feita de tonta*.

nn.ee.
* - hm?!

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