25 de jul. de 2007

Ratinho

Estação Vila Clarice da CPTM, terça-feira, duas e pouco da tarde. A manhã chuvosa dava lugar a um nesga de sol que duraria pouco, mas o chão da plataforma estava seco.

E a grade, derrubada ao chão há muito - muito mesmo. Vislumbro uma pequena movimentação e descubro um ratinho. Uns cinco centímetros de cumprimento, a cauda com mais dez. Ele vem aos poucos e acha uma sacola plástica. Cinza e grossa. Bebe da água acumulada, fuça mais e encontra um lugar para ficar parado.

Observo o bicho por uns cinco minutos a fio. Primeiro agacho, depois sento. Ele não se mexe. Parece que está bebendo água, mas não. Fico intrigado com o que estaria fazendo encolhido em cima da sacola. Talvez se achasse camuflado - cinza com o a sacola, a despeito de pequenas manchas mais amarronzadas ou esbranquiçadas. Meu amigo, então, acorda - concluo então que dormia. Olha em volta, volta fuçar.

Quando eu chegara, dois ambulantes tinham atravessado a linha àquela altura da estação. Eles e outros dois conversavam do outro lado. Então os crápulas atravessam de volta, espantam meu amigo.

Um deles ainda pula na grama e tenta pisar no rato. Ele esconde a blusa na mato, conversam mais e o trem chega, quase imediatamente. Se não estivesse atrasado, não tomaria o trem e ia pisar na blusa dele como ele tentou pisar no meu amigo sujo.

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